Quem esperava desvendar o sucesso do modelo de negócios da Zappos por meio de seus processos logísticos ou tecnológicos, se surpreendeu com a palestra de Tony Hsieh, CEO da companhia, no Digital Age 2.0. Maior e-commerce de sapatos do mundo - vendido para a Amazon recentemente - a empresa elevou, em apenas sete anos, seu faturamento de U$ 1,6 milhão para U$ 1 bilhão, investindo em um único ativo: pessoas, sejam elas clientes ou funcionários.
Eu, particularmente, tive um momento flashback muito feliz de ensinamentos sobre modelos de gestão, de questões como confiança entre dono e funcionários e exemplo de liderança. Durante meus 4 anos de FranklinCovey, conheci muitos cases bacanas de grandes líderes e empreendedores, como o caso de David Neeleman, hoje responsável pela cia aérea Azul, mas que durante muito tempo serviu de exemplo para os funcionários da Jet Blue; Amador Aguiar, do Bradesco, entre outros. Após assistir a palestra de Hsieh na Digital Age 2.0, posso afirmar com certeza que trata-se de mais um belo case de sucesso que somo à lista acima.
Minha maior curiosidade – e o que gerou tamanha vontade de assistir a palestra de Tony Hsieh - era saber como um jovem como ele chegou em tão pouco tempo ao fabuloso número de faturamento de U$ 1 bilhão com a venda de sapatos online. Aí que estava exatamente o meu erro. Para o executivo, que iniciou sua jornada empreendedora com um delivery de pizza nos tempos de faculdade, seu verdadeiro modelo de negócios é proporcionar a melhor experiência para o cliente e fazer com que os funcionários acreditem nesta proposta. Como isso é possível? “Protegermos nossa cultura a longo prazo é fundamental. Abrimos mão de funcionários que fazem lucro, mas não se adequam a ela”, comenta Hsieh. É, faz todo sentido e me faz lembrar novamente de Stephen Covey, que afirma que sem engajamento não há comprometimento e, consequentemente, não há resultados.
Sempre acreditei realmente que a liderança é uma questão de escolha e não posição e é essa crença que Tony implementou em sua companhia. Segundo ele, as pessoas não lembrarão exatamente do que você fez ou o que você disse, mas sempre lembrarão como você as fez sentir. Isso só é possível se um funcionário estiver influenciado positivamente e amando a cultura para a qual está servindo. E Tony pretende os inspirar de modo que fiquem pelos menos 10 anos na Zappos.
Ele finaliza sua apresentação mostrando que independente da meta que as pessoas impõe para suas vidas, elas buscam uma só verdade absoluta: a felicidade. Querem estar em contato com o que realmente tem a ver com seus valores, com aquilo que amam. E provoca: “Qual percentual do seu tempo você quer gastar aprendendo sobre a ciência da felicidade? Como essa ciência ajuda seu negócio, sua marca e a você mesmo?”.
É de se pensar. E, mais importante que isso, de se realizar!